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terça-feira, 11 de agosto de 2009

BEM AVENTURANÇAS (Continuação)

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” - Mt 5.9

1) Explicação:

O que é ser um pacificador? Charles de Gaulle, ex-presidente da França, disse: “Enquanto houver fome no mundo, não haverá paz”. De Gaulle estava errado. A causa básica da falta de paz não é a fome, mas a presença do pecado no coração do homem. A fome, juntamente com a guerra, é conseqüência do pecado e da desobediência do homem. A ONU e outros organismos internacionais se esforçam para promover a paz, mas não logram êxito, pois o mundo rejeita o Príncipe da Paz - Jesus. A paz entre os homens começa com a paz entre os homens e Deus.

A palavra paz no hebraico é “shalom”. No grego é “eirene”. Essas palavras não significam “ausência de problemas”. Significam sim, segurança no meio dos problemas e da agitação do mundo em que vivemos. “Tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6.13). Paulo escreveu: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos” (2 Co 4.8,9).

Características do pacificador

1. Desenvolveu os traços do caráter de Cristo descritos nas bem-aventuranças, especialmente humildade, mansidão, coração limpo e perdão.

2. Visto que aprendeu a basear suas convicções em princípios bíblicos, sabe ser justo.

3. Não foge dos problemas, nem deles reclama, mas discerne os propósitos de Deus em cada um deles.

4. Não é agressivo em sua maneira de tratar os outros, mesmo para com os que eventualmente o agridem. Isso é obra do E. Santo em seu coração. Essa transformação não é rápida: em algumas pessoas é mais lenta, enquanto que em outras é mais rápida.

5. O pacificador tem paz com Deus e a paz de Deus em seu coração, e por isso procura promover a paz dos homens com Deus e a paz dos homens entre si.

6. Para promover a paz entre os homens não pode ser egoísta

Para se tornar um pacificador:

1. Precisa aprender a controlar seus pensamentos e atitudes.

2. Deve aprender como e o que falar em cada situação.

3. Deve fazer morrer sua natureza terrena, bem como os desejos da carne.

4. Deve ter aprendido a perdoar, como a pedir perdão.

5. Deve estar prevenido e disposto a sofrer arranhões quando se empenhar em promover a paz em algum conflito.

2) Exemplos de Cristo:

· Jo 14.27 - “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

· Lc 2.14: “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem”.

· 1 Pe 2.21-23: “Para isso mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca, pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se aquele que julga retamente”.

3) Exemplo de fiéis:

· José no Egito: Gn 455.5-8; Abraão - Gn 13.8,9; Paulo: 2 Co 5.18-20.

4) Atitudes positivas nos pacificadores:

· Revelam amor cristão genuíno;

· Alcançam paz interior;

· Tornam-se transparentes;

· Tem consciência livre de culpa;

· Assumem responsabilidade integral por seus atos e pensamentos.

5) Atitudes negativas em quem não tem espírito pacificador:

· Atitude crítica - Rm 2.1

· Culpa - angústia interior: Rm 7.15,17.

6) Auto exame:

· Considero-me um pacificador?

· Sei controlar meus pensamentos e sentimentos numa situação que tem tudo para ser explosiva?

· Sei como falar em meio a dificuldades?

· Tomo a iniciativa para promover a paz entre as pessoas?

7) Bênçãos na vida de um pacificador:

· “Será chamado filho de Deus” - isto é, será semelhante ao Pai. Do Pai a Bíblia diz: “Ele é o Deus de toda paz” (Hb 13.20).

· “Felicidade” - pois Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores...”

8) Passos e decisões para me tornar um pacificador:

· Entregar minha vida ao senhorio de Cristo para ter a paz de Deus e a paz com Deus.

· Renunciar ao diabo e a toda raiz de amargura. Submeter-me a um processo de cura interior.

· Aprender a perdoar.

Aprendendo a perdoar

1. Compreendendo como a amargura se forma dentro de nós, ou seja, num processo de três estágios:

a) Sou agredido, rejeitado, injustiçado. Isso provoca dor, tão logo me atinge.

b) Como administrar essa dor? A primeira reação é “olho por olho”, ou engolir calado. Ambas as reações me prejudicam interiormente.

c) Quando deixo “o sol se por sobre minha ira” (Ef 4.27), a dor se transforma em ferida emocional, e daí Satanás encontra uma brecha para me amarrar (2 Co 2.10,11).

2. Compreendendo as conseqüências da amargura: (a) Físicas - Sl 32.3,4: enfermidades psicossomáticas: úlcera nervosa, batimentos cardíacos, falta de ar, desmaios, dores generalizadas no corpo, etc. (b) Conseqüências emocionais: choro, insônia, depressão, vontade de morrer, desespero: “Não agüento mais”!!! © Conseqüências espirituais: confusão espiritual - 1 Jo 2.11; entristece o E. Santo; barreira para vida de oração - Mc 11.25; Não recebe perdão do Pai - Mt 6.14,15; Dificuldade com Deus - Is 59.1,2.

3. Passos para perdoar:

a) Aceitar Cristo como senhor e Salvador. Sem Cristo não é possível - Gl 2.19,20.

b) Assumir a responsabilidade por nossa amargura - 1 Jo 3.15.

c) Renunciar ao diabo que nos instigou para a vingança - Tg 4.7-10.

d) Buscar na graça de Deus revelada em Cristo a força para crer no perdão de meus pecados, bem como a força para declarar nosso perdão aos que nos magoaram.

e) Declarar nosso perdão a todos que nos feriram. Fazer isso não por emoção, mas em obediência ao que Deus diz - Ef 4.31,32. Fazer isso mesmo que o ofensor não se arrependa. Jesus fez assim.

f) Esquecer, isto é, não ficar mais remoendo o que perdoou. Remoer reabre as feridas que ainda não estão bem cicatrizadas.

g) Orar pelas pessoas a quem perdoamos.

h) Buscar o perdão do ofensor, caso também tenhamos falhado para com ele.

Obs. 1. O perdão muitas vezes é difícil quando não compreendemos o propósito de Deus ao Ele permitir

que determinada ofensa me atingisse.

2. Não conseguiremos liberar o perdão sem antes nos arrependermos de nossa mágoa contra o

ofensor. A graça de Deus não flui num coração endurecido.

3. Quando abrimos mão do desejo de nos vingar, tudo fica mais fácil. Rm 12.19.

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