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segunda-feira, 4 de maio de 2009

A BIBLIA

A Septuaginta.

Os líderes do judaísmo em Alexandria foram responsáveis por uma tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego, que integraria a Biblioteca de Alexandria, e foi chamada de Septuaginta (LXX), que significa setenta. Esta tradução já estava concluída em 150 a.C. e foi feita por eruditos judeus e gregos, provavelmente para o uso dos judeus alexandrinos. Assim que a igreja primitiva passou a utilizar a Septuaginta como Antigo Testamento, a comunidade judaica perdeu o interesse em sua preservação. Esta versão teve um papel muito importante para o estudo e divulgação do Antigo Testamento em outras línguas, já que os textos hebraicos apresentam grande dificuldade de compreensão.

 Outras versões surgiram após a Septuaginta, devido à oposição do cânon judaico a esta tradução. São elas:

         A versão de Áquila (130 a 150 d.C.) - manteve o padrão de pensamento e as estruturas de linguagem hebraicas, tornando-se uma das versões mais utilizadas pelos judeus;

         A revisão de Teodócio (150 a 185 d.C.) - revisão de uma versão anterior - a LXX ou a de Áquila

         A revisão de Símaco (185 a 200 d.C.) - preocupou-se com o sentido da tradução, e não com a exatidão textual. Exerceu grande influência sobre a Bíblia latina, pois Jerônimo fez grande uso desse autor para compor a Vulgata Latina;

         Os Héxapla de Orígenes (240 a 250 d.C.) - promoveu-se uma visão comparativa dos textos hebraicos com a tradução dos LXX, de Áquila, de Teodócio e de Símaco, procurando harmonizar os textos em busca de uma tradução fiel do hebraico;

         Uma edição do texto hebraico, por volta de 100 d.C., veio a estabelecer o texto massorético.  

A Vulgata Latina.

Sendo o grego, considerado pela Igreja como a língua do Espírito Santo, o latim assumiu o papel de língua popular imposta pelos soldados nas conquistas romanas, motivo pelo qual a Bíblia latina recebeu o nome de Vulgata.  

Comprovando a veracidade do Novo Testamento.

Os manuscritos originais (autógrafos) não existem mais, e foram reconstituídos a partir de cópias produzidas pelos primeiros pais da Igreja primitiva, ainda sem denominação. Também foram utilizados nesta reconstituição os livros apócrifos, documentos não bíblicos e  comentários documentais dos mesmos pais da Igreja que produziram as cópias. Os originais desapareceram principalmente devido à fragilidade do material utilizado para escrever os livros, e pela ilegalidade do movimento, em seu início, o que implicava em perseguição à Igreja.

A veracidade dos escritos, no entanto, pode ser comprovada historicamente pelos motivos abaixo:

         Os Escritos de Marcos datam de 50 a 70 d.C.;

         Vários papiros contendo fragmentos do Evangelho de João foram encontrados no Egito, datando do século II, apenas uma geração após os autógrafos;

         Os escritos foram redigidos num momento muito próximo aos acontecimentos que os geraram;

         Existem cerca de 5400 escritos do Novo Testamento;

         O estilo dos escritos confere com aqueles utilizados no século I (grego coiné)

         Inscrições e gravações em paredes, pilares, moedas e outros lugares são testemunhos do Novo Testamento;

         Lecionários, que eram livros muito utilizados nos cultos da Igreja, continham textos selecionados da Bíblia para leitura, incluindo o Novo Testamento (Séc. IV - VI);

         Os livros apócrifos, apesar de não canônicos, apresentam dependência literária dos textos canônicos, chegando a imitá-los no conteúdo e forma literária, e citam vários livros que compõem o Novo Testamento;

         Os primeiros pais da Igreja comentam e fazem citações de praticamente todo o Novo Testamento.

Vale lembrar que os Evangelhos, que inauguram o Novo Testamento e contém os ensinamentos de Jesus, o Cristo, foram escritos por testemunhas oculares, à exceção do Evangelho de Lucas.

Os Manuscritos do Mar Morto.

Foram encontrados casualmente em uma gruta, nas encostas rochosas da região do Mar Morto, na região de Jericó, em março de 1947, por um pastor beduíno que buscava uma cabra perdida de seu rebanho. São jarros contendo manuscritos de inúmeros documentos dos Escritos Sagrados de uma seita judaica que existiu na época de Jesus, os Essênios. Várias outras grutas foram encontradas após este achado, com muitos outros documentos.

Os Manuscritos ou Documentos do Mar Morto tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelece que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C. Destacam-se, nestes documentos, textos do profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.  

Os Textos Massoréticos .

Alguns sábios judeus, chamados massoretas, iniciaram, entre os séculos VI a X d.C., um trabalho de padronização dos textos hebraicos do Antigo Testamento. Estes textos, como se sabe, foram escritos praticamente sem vogais. No trabalho de padronização, foram inseridas as vogais nos textos originais, o que contribuiu para o desaparecimento dos mesmos.

Traduções da Bíblia para o Português.

O pioneiro na tradução da Bíblia para o português foi D. Diniz (1279 - 1325). Conhecedor de latim clássico e leitor da Vulgata Latina, traduziu até o capítulo 20 do livro de Gênesis, abrindo caminho para seu sucessor, D. João I (1385 - 1433). Este atribuiu a tradução a padres letrados e o trabalho prosseguiu com seu sucessor, D. João II.

João Ferreira de Almeida

Nasceu em 1628, próximo a Lisboa. Convertido ao protestantismo, iniciou a tradução da Bíblia aos dezessete anos, mas perdeu seu primeiro manuscrito e reiniciou seu trabalho em 1648. Conhecia hebraico e grego, e utilizou-se de vários manuscritos dessas línguas para compor sua tradução. Em 1676, foi concluída a tradução do Novo Testamento, que só viria a ser publicada em 1681, na Holanda, por problemas de revisão. Quando de sua morte, em 1641, já havia traduzido o Antigo Testamento até o livro do profeta Ezequiel.

Seu trabalho foi continuado pelo pastor Jacobus op den Akker, de Batávia, em 1748. Cinco anos depois, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia em português.

António Pereira de Figueiredo

Nascido em Portugal em 1725, iniciou a tradução da Bíblia que foi editada em 1819. Baseou sua tradução na Vulgata de Jerônimo, por não dominar outros idiomas, e incluiu nesse trabalho os apócrifos. Essa Bíblia foi muito utilizada em países de língua portuguesa.

Matos Soares

Publicou uma tradução em 1930, baseada na Vulgata Latina, e incluiu os apócrifos. Sua tradução contou também com comentários a favor dos dogmas da Igreja Católica. Por isso, recebeu o apoio papal sendo a sua tradução a mais popular da Igreja Católica.

Abreviaturas.

Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de abreviaturas para se referir aos Textos. Um dos formatos convencionados segue o padrão abaixo:

       Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos;

       O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos;

       A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de versos;

       O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do mesmo livro ou não, se seguido de nova abreviação.

Gn 3:2-5 = Gênesis, capítulo 3, versículos 2 a 5.

Lv 1:3,6;2:2-4 = Levítico, capítulo 1, versículos 3 e 6, capítulo 2, versículos 2 a 4.

Mt 1-12;Ap 2:1-7 = Mateus, capítulos 1 a 12, Apocalipse, capítulo 2, versículos 1 a 7.

Antigo Testamento

       Gênesis         - Gn

       Êxodo            - Ex

       Levítico         - Lv

       Números        - Nm

       Deuteronômio       - Dt

       Josué             - Js

       Juízes            - Jz

       Rute               - Rt

       I Samuel        - I Sm

       II Samuel       - II Sm

       I Reis             - I Rs

       II Reis            - II Rs

       I Crônicas      - I Cr

       II Crônicas     - II Cr

       Esdras           - Ed

       Neemias        - Ne

       Ester              - Et

                         - Jó

       Salmos           - Sl

       Provérbios     - Pv

       Eclesiastes   - Ec

       O Cântico dos Cânticos        - Ct

       Isaías             - Is

       Jeremias       - Jr

       Lamentações - Lm

       Ezequiel         - Ez

       Daniel            - Dn

       Oséias           - Os

       Joel               - Jl

       Amós              - Am

       Obadias         - Ob

       Jonas             - Jn

       Miquéias        - Mq

       Naum             - Na

       Habacuque    - Hc

       Sofonias        - Sf

       Ageu              - Ag

       Zacarias        - Zc

       Malaquias      - Ml

 

Novo Testamento

       Mateus           - Mt

       Marcos           - Mc

       Lucas             - Lc

       João              - Jo

       Atos dos Apóstolos       - At

       Romanos        - Rm

       I Coríntios      - I Co

       II Coríntios    - II Co

       Gálatas          - Gl

       Efésios          - Ef

       Filipenses      - Fp

       Colossenses  - Cl

       I Tessalonicenses - I Ts

       II Tessalonicenses       - II Ts

       I Timóteo       - I Tm

       II Timóteo      - II Tm

       Tito                - Tt

       Filemon          - Fm

       Hebreus         - Hb

       Tiago             - Tg

       I Pedro           - I Pe

       II Pedro          - II Pe

       I João            - I Jo

       II João           - II Jo

       III João          - III Jo

       Judas             - Jd 

       Apocalipse    - Ap

 

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