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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

DESCULPAS DE MOISES

- A imagem poderosa de um príncipe egípcio, profeta e chefe militar que libertou milhões de pessoas da escravatura é aquela que nos vem das histórias de nossa infância. Víamos a figura de um caráter supra-real e pensávamos:
- Eu nunca poderia ser como ele”. Mas uma leitura acurada da narrativa bíblica nos ajuda a ver Moisés sob luz mais realista.
- Ë essa a imagem, sem diminuir o impacto que ela teve na história do mundo e da salvação, nos dá esperança, coragem e fé.
- Moisés cresceu como um príncipe do Egito, mas fugiu de Faraó depois de se Ter interposto numa briga entre um hebreu e um egípcio e matado essa último. Tendo ficado exilado no deserto por cerca de 40 anos, Moisés, com 80 anos a essa altura da narrativa, estava pastoreando ovelhas próximo ao monte Horebe, quando viu algo estranho.
- Chamas subiam de um arbusto, mas esse não se queimava. Ao Moisés aproximar-se do arbusto, ouviu uma voz chamando-o pelo nome. A voz identificou quem falava:
- “Eu Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó”( verso 6). Deus, então, participou Seu plano a Moisés:
- Ele tinha ouvido os clamores de Seu povo por causa da opressão da escravidão egípcia, e viera para resolver a situação. O Senhor queria que Moisés se unisse a Ele na libertação do povo (Êxodo 3:7-10)
- Nesse ponto, Moisés começou a apresentar uma série de desculpas, algumas das quais podem parecer familiares a você. Vejamos em Êxodo 3:

Desculpa nº 1:
“Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel”? (verso 11)
- Boa pergunta. Moisés tinha estado apascentando ovelhas durante 40 anos, e o pensamento de um pastor, a quem os egípcios desprezavam (Gên.46:34), ir falar com um rei era contrário ao protocolo usual.
- A resposta de Deus: “Eu irei contigo; e isto te será por sinal de que Eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte”(verso 12)
- Deus não somente prometeu Sua presença, Ele também deu a Moisés a certeza de que sua missão seria bem sucedida. Mesmo na presença de um rei terrestre, ele não tinha razão para temer ou sentir-se inferior. Contudo, Moisés não entendeu a coisa dessa maneira.

Desculpa nº 2:
“Eis que quando for aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o Seu nome? Que lhes direi?”(verso13)
- Outra boa interrogação. Se você for dizer a centenas de milhares de pessoas que foi convidado a comandar sua libertação, seria bom ter o nome da pessoa de quem você recebeu tal autoridade. - Também, os nomes eram muito importantes para a mentalidade semita, porque descreviam o caráter do indivíduo.
- A resposta de Deus: Eu Sou o que Sou”(verso 14)
- Nas Escrituras, depois de Deus Se ter revelado a Seu povo, eles freqüentemente O descreviam de uma nova maneira, à medida que O iam conhecendo (ver, por exemplo, Salmo 140:7, “meu forte libertador”, Salmo 71:5, “minha esperança”, II Coríntios 1:3, “Deus de toda consolação”).
- Os judeus sempre reconheceram Eu Sou como o nome que distinguia o Deus verdadeiro dos deuses falsos. Não havia engano sobre quem enviava Moisés em sua missão. Deus não apenas disse quem Ele era, mas também exatamente a quem falar, o que dizer, e lhe deu a garantia de que eles o ouviriam. Agora Moisés está pronto para sua missão. Bem , ainda não!.

Desculpa Nº 3:
“Mas sei que não crerão”(Êxodo 4:1).
- Notemos isso: Deus acabara de assegurar a Moisés que os líderes do povo o ouviriam. Está ficando bem claro que Moisés não era um sujeito bem disposto. Contudo, Deus sabia que a fé de - Moisés ainda precisava ser fortalecida.
- A resposta de Deus: Assim Ele operou através dele para transformar uma vara numa cobra (versos 3,4) para tornar sua mão leprosa e depois curá-la (versos 6,7) e transformar água em sangue (verso 9).
- Não gostaríamos, por vezes, que Deus nos mostrasse sinais sobrenaturais, e então prometeríamos confiar nEle e obedecê-Lo? Sua Palavra parece não ser suficiente.
- Egito: eis que chegamos ao destino! Bem, não exatamente.

Desculpa Nº 4:
“Ah, Senhor! Eu não sou homem eloqüente, nem de ontem, nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao Teu servo, porque sou pesado de boca, e pesado de língua. “(verso 10)
- À luz do que estava acontecendo – Deus lhe prometera Sua companhia, assegurou-lhe do êxito de sua missão e forneceu-lhes sinais miraculosos – e relutância de Moisés não era um sinal de humildade ou reconhecimento da própria incapacidade. Ele revelou incredulidade na capacidade divina.
- Quando recusamos a nos unir a Deus em Sua obra, estamos revelando falta de confiança em Sua habilidade de operar em nós. A Palavra de Deus é cheia de promessas e garantias de Sua presença e competência de agir em nós e por nós.
- Precisamos aprender a tomá-Lo pela Sua Palavra.
Houve tempos quando cheguei a perguntar a Deus:
- “Por que o Senhor me deu esta incumbência? Há tantas outras pessoas que não têm as fraquezas que eu tenho. Por que o Senhor não as usa”?
Mas então vem a resposta:
- “A Minha graça te basta porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (II Corintios 12:9)
- Se nos sentimos fracos, limitados, ou inadequados, somos o melhor instrumento mediante o qual o poder de Deus pode operar.
- Isso não significa que Deus nos queira manter sob Sua tutela como fracos. Ele Se ocupa do crescimento das pessoas. Deseja que sejamos confiantes e tenhamos um forte senso de valor próprio.
- Contudo, em lugar de nossa confiança e sentimentos de valor virem de coisas ou de outras pessoas, eles devem ser o resultado de nosso relacionamento com Ele.
- A resposta de Deus: “Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não Sou Eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e Eu serei com tua boca, e te ensinarei o que hás de falar”(versos 11 e 12).
- Aparentemente, Moisés não tinha compreendido bem que o Deus que criou sua boca, ouvidos e olhos era plenamente capaz de fazê-los funcionar. Por vezes nos esquecemos de que estamos lidando com o Criador do Universo.
- Agora, Deus ordena que Moisés vá e promete estar com ele. Está Moisés pronto?

Desculpa Nº 5:
“Ah, Senhor! envia por mão daquele a quem Tu hás de enviar.”(verso 13)
- Em nossa tradução tais palavras soam como uma queixa, mas no original hebraico repercute como rudeza:
- “Por favor, envia por mão daquele a quem tu hás de enviar”. Em outras palavras: “Não gostaria de dar essa informação a uma pessoa que vai aceitar o encargo?”
- Quando Deus contestou todas as desculpas de Moisés, seus motivos secretos foram revelados; - Ele não queria a designação. Acho que Moisés queria unir-se a Deus em Sua obra – apenas tinha dificuldade em crer que Deus poderia torná-lo suficientemente capaz para o trabalho.
- O mesmo que sucede com muitos de nós. Quando somos relutantes em obedecer a Deus, não é que não queremos. É que não nos sentimos suficientemente capazes. Mas é aí que precisamos tomar a Deus em Sua Palavra. Precisamos confiar nEle o bastante para crer que Ele é capaz de nos qualificar para a obra à qual nos chama. E quando estamos dispostos a avançar pela fé e a obedecê-Lo, vamos sentir a Deus como nunca antes.
- A resposta de Deus: “Que tal teu irmão Arão ? (verso 14)
- Deus estabeleceu um relacionamento com Moisés. Ele desejava que Moisés se unisse a Ele na obra em favor de Seu povo. Assim o Senhor estava disposto a encontrar-Se com Moisés justamente onde esse se achava. Infelizmente, o poder que Deus prometeu a Moisés não lhe foi suficiente. Ele somente aquiesceu quando a ajuda de uma criatura finita lhe foi oferecida. Moisés falaria mediante Arão e isso o limitava em sua obra.

CONCLUSÃO

- O que acontece com você? Tem você se valido de qualquer das desculpas de Moisés no diálogo com Deus?
- Está tendo dificuldades de confiar que Ele é capaz de qualificá-lo para o trabalho ao qual o chamou?
- Se Deus quisesse criaturas perfeitas para cooperar com Ele, poderia ter usado anjos. Mas, em vez disso, Ele nos escolheu. Se permitirmos que o Senhor trabalhe por nosso intermédio, tornar-nos-emos uma evidência inquestionável de Seu poder. Pela obediência, Moisés tornou-se um líder poderoso – poderoso o suficiente para mudar o curso da história. Ainda mais importante: ele se tornou um possante homem de fé, que participou com Deus da história da salvação e que foi ressuscitado e levado para o céu porque Deus o considerou “Seu amigo” (Êxodo 33:11)

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